Afeganistão registra queda de 12% no número de mortos no conflito
Dados constam do Relatório Anual sobre Proteção de Civis e foram comparados com números de 2011; nos últimos seis anos, mais de 14,7 mil civis afegãos perderam a vida no conflito.
Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.
O número de mortos pelo conflito no Afeganistão é o menor dos últimos seis anos. A informação faz parte do Relatório Anual sobre Proteção de Civis em Conflito Armado 2012, divulgado, nesta terça-feira, em Cabul, capital do país.
O documento, compilado em parceria com a Missão da ONU, Unama, revela que a redução das mortes foi de 12%, se comparada ao mesmo período de 2011.
Ataques por Terra
Ao todo, foram 2754 óbitos de civis. Já o total de feridos foi de 4805.
Segundo o relatório, uma das razões para a queda de óbitos no conflito afegão foi a diminuição de ataques suicida por forças antigoverno. Um outro fator foi a redução de operações aéreas e menos ações por terra dos lados envolvidos nos combates.
O documento também destacou medidas tomadas pelas forças do governo do Afeganistão para reduzir as mortes de civis.
Liberdade e Justiça
Mas segundo a Unama, o ano passado também registrou mais ameaças para os cidadãos do país devido ao renascimento de grupos armados, especialmente no norte e nordeste do Afeganistão.
Muitos civis passaram a sofrer intimidações e interferências no direito que têm à educação, à saúde, liberdade e justiça por parte de grupos antigoverno.
Essas agremiações também estariam por trás de mais de oito em cada 10 incidentes envolvendo mortos e feridos em ataques pelo país.
O relatório destacou ainda o que chamou de “enorme sofrimento” de mulheres e meninas por causa do conflito. A quantidade de mulheres feridas e mortas subiu 20% no ano passado. Muitas delas foram alvejadas desempenhando tarefas rotineiras como ir ao mercado.
Irmão
E mortes e ferimentos por engano de homens e mulheres afegãos continuam ocorrendo, de acordo com o depoimento de um parente na província de Kandahar no início de dezembro.
Segundo a testemunha, o irmão foi baleado após acabar num fogo cruzado. Ele foi alvejado, por insurgentes, com duas balas no estômago, e mesmo ferido pediu ajuda às tropas pró-governo, que em vez de socorrer, atiraram nas pernas da vítima pensando se tratar de um outro insurgente. O tiroteio continou ainda por uma hora enquanto o irmão era levado para um hospital.