Pnuma pede medidas eficientes para evitar mais danos ao Ártico
Estudo da agência da ONU destaca degelo, riscos de químicos e aumento recente no comércio ilegal de espécies silvestres.
Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.
Um estudo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Pnuma, chama a atenção, nesta segunda-feira, para os danos provocados ao Ártico pelo degelo.
A pesquisa anual do Pnuma também destaca os riscos causados por químicos e o aumento recente no comércio ilegal de plantas e animais silvestres.
Gás e Petróleo
A redução na cobertura de gelo do Ártico tem se intensificado. Ao todo, houve uma baixa recorde de 3,4 milhões de km2 somente no ano passado. O número representa a marca de 18% abaixo do recorde anterior, registrado em 2007, e 50% a menos que a média de 1980 e 1990.
O Livro Anual 2013 do Pnuma revela que a diminuição do gelo está facilitando o acesso a recursos naturais como gás e petróleo, o que tem aumentado atividades que podem ameaçar o ecossistema e a vida silvestre.
O chefe do Pnuma, Achim Steiner, afirmou que as mudanças no Ártico, considerado uma espécie de termômetro para o aquecimento global, tem sido motivo de preocupação há algum tempo. Mas para Steiner, essa preocupação tem, que ser traduzida em ações contra o degelo e as mudanças climáticas.
Alasca
Segundo ele, as consequências da corrida por recursos naturais devem ser bem analisadas pelos países.
A Pesquisa Geológica dos Estados Unidos, por exemplo, calcula que 30% das reservas de gás natural ainda por serem descobertas estão exatamente no Ártico. E mais de 70% dos recursos de petróleo ainda a serem identificados estariam no norte do Alasca, no leste do Groenlândia e outras áreas.
Povos Indígenas
O Pnuma alertou que a pressa por acesso a recursos naturais e as mudanças ambientais podem interromper a hidrologia, ameaçar os ecossistemas, além de por em risco espécies e o modo tradicional de povos indígenas. E as ramificações destas ações vão além do Ártico, mas atingem todo o mundo.
O tema está sendo analisado também pelo chamado Conselho do Ártico que inclui Canadá, Dinamarca, Finlândia, Islândia, Noruega, Rússia, Suécia e Estados Unidos.
Elefantes
O estudo recomendou a criação de incentivos para garantir segurança de químicos e da melhoria da regulação destes agentes, além de informar a opinião pública sobre os perigos no uso desses químicos.
Já sobre o tráfico ilegal de espécies silvestres, a pesquisa mostrou que o ano de 2011 foi um dos mais graves desde 2002. O número de elefantes mortos, no ano passado, foi de dezenas de milhares, com um recorde de 668 rinocerontes abatidos em caça na África do Sul.