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Alerta para iminente crise alimentar na República Centro-Africana

Alerta para iminente crise alimentar na República Centro-Africana

Previsões seguem-se à instabilidade política e militar em Dezembro e Janeiro; estudo aponta para aumento do preços de produtos básicos em cerca de 40%.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

As Nações Unidas e várias Ongs alertaram para a iminência de uma crise alimentar, neste ano, na República Centro-Africana. O fenómeno deve ser o resultado da instabilidade política e militar que afetaram o país nos últimos dois meses.

A constatação segue-se a uma avaliação efetuada, recentemente, com vista a apurar a segurança alimentar. O estudo foi divulgado um mês após o acordo para o fim de combates entre rebeldes da coligação Seleka e o governo, na capital gabonesa Libreville.

Garantias

A representante do Programa Mundial da Alimentação, PMA, na República Centro-Africana, Housainou Taal, pediu garantias para o acesso de ajuda humanitária para a região controlada pelo grupo armado.

Desde o início de confrontos, em Dezembro, houve uma interrupção do comércio entre a área ocupada pelos Seleka e o resto do país. A ação provocou um impasse nas transações que levou ao aumento de preços, defende o estudo.

Produtos Básicos

Em áreas controladas pelas forças armadas estima-se que o custo de produtos básicos aumentou 40%, aliado aos défices alimentares reportados em algumas áreas controladas pela aliança de grupos armados.

As Nações Unidas defendem que cerca de 800 mil pessoas vivem em áreas controladas pelos Seleka.

Preparação da Terra

Capacidades produtivas domésticas foram reduzidas devido a saques, o que afetou os estoques de alimentos, os estoques de sementes, animais de tração e pecuária.

A insegurança é tida como limitante do trabalho dos agricultores que se atrasaram na preparação da terra.