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Milhares de crianças ainda são recrutadas em guerras, alerta a ONU BR

Milhares de crianças ainda são recrutadas em guerras, alerta a ONU

Dia Internacional Contra o Uso de Crianças Soldado é marcado nesta terça-feira; menores obrigados a lutar em conflitos são forçados a matar e muitas vezes, vítimas de abusos.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York. 

Das cidades sitiadas na Síria aos campos de batalha no Mali, crianças em todo o mundo continuam sendo recrutadas à força e obrigadas a lutar em conflitos armados. O alerta da ONU marca, nesta terça-feira, o Dia Internacional Contra o Uso de Crianças Soldado.

A representante especial do Secretário-Geral para Crianças e Conflitos Armados, Leila Zerrougui, destacou que milhares de menores são “raptados, recrutados, mortos, mutilados ou estuprados” em confrontos em todo o mundo.

Credibilidade

Em comunicado, Zerrougui lamentou que as crianças sejam separadas de suas famílias e forçadas a matar, além de enfrentar violência e abusos. Segundo ela, sem “atenção séria à questão”, a “credibilidade do sistema de proteção internacional às crianças será prejudicada.”

Segundo o escritório da ONU para Assuntos do Desarmamento, 144 países-membros da organização ratificaram o Protocolo Opcional da Convenção dos Direitos da Criança, sobre o envolvimento das crianças em conflitos.

Medidas

O documento pede ainda aos Estados que tomem todas as medidas cabíveis para garantir que integrantes de forças armadas menores de 18 anos não participem diretamente de hostilidades.

Apesar dos progressos da comunidade internacional, 49 países ainda não ratificaram o protocolo. Zerrougui prometeu mais esforços para tirar as crianças de conflitos, por meio da colaboração da ONU e parceiros.

A representante citou a União Europeia como “parceira comprometida com a proteção das crianças” e afirmou que as Nações Unidas continuarão a trabalhar de mãos dadas com os países do grupo.

O comunicado de Leila Zerrougui foi produzido em conjunto com a alta representante de Relações Exteriores da União Europeia, Catherine Ashton.

As duas expressaram esperança no compromisso internacional para processar os culpados pelo recrutamento de menores.

Elas citaram o julgamento do ex-soldado de guerra do Congo, Thomas Lubanga, condenado a 14 anos de prisão por usar crianças em confrontos armados ocorridos entre 2002 a 2003.