ONU: violência não pode prejudicar transição na Tunísia
Ban Ki-moon lamentou morte do líder da oposição, Chokri Belaid; Secretário-Geral afirmou que muito ainda precisa ser feito para atender às necessidades do povo
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
O Secretário-Geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon pediu que a transição democrática não seja prejudicada por atos de violência política na Tunísia.
Segundo as agências de notícias, dezenas de milhares de pessoas se reuniram esta sexta-feira na capital, Tunis, para acompanhar o funeral do líder da oposição, Chokri Belaid.
Atirador
O secretário-geral do Movimento Patriotas Democráticos e um dos líderes da Frente Popular na Tunísia, de oposição, foi assassinado, nesta quarta-feira, por um atirador que fugiu do local em uma moto.
As agências dizem que a polícia teria disparado gás lacrimogêneo contra manifestantes na cidade de Gafsa, uma das atingidas pela greve geral que está em andamento no país.
Demandas
Num comunicado, Ban condena veementemente o assassinato alertando que ainda há muito a ser feito em termos do processo constitucional e em relação ao atendimento das demandas sociais e econômicas do povo.
O chefe da ONU reconheceu, entretanto, ter havido progressos importantes na transição no país.
Prisão Perpétua
Em 2010, a Tunísia desencadeou os protestos do movimento que veio a ser conhecido como Primavera Árabe, e culminou com a saída do cargo do presidente Zine al-Abedine Ben Ali.
O antigo líder, que foi sentenciado à prisão perpétua pelas mortes ocorridas durante os protestos, está exilado na Arábia Saudita.
Reformas
Um novo governo eleito passou a administrar o país do norte da África desde Outubro de 2011.
O Secretário-Geral encoraja as autoridades a avançar com o processo de reformas e defende que a transição democrática não deve ser prejudicada por atos de violência política.