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No Mali, diretora-geral da Unesco avalia estado do património cultural

No Mali, diretora-geral da Unesco avalia estado do património cultural

Irina Bokova seguiu para o país, neste sábado, na comitiva do presidente francês, François Hollande; plano de ação concebido com o Governo do Mali deve orientar apoio da agência.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

A diretora-geral da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Unesco, Irina Bokova, integrou a comitiva do presidente francês, François Hollande, que este sábado chegou ao Mali.

Uma nota da agência destaca o objetivo de iniciar a avaliação do estado do património cultural e dos manuscritos do país, após os recentes combates e tensões entre o governo e grupos rebeldes apoiados por insurgentes islamitas.

Plano

Com a deslocação, pretende-se, igualmente, definir um plano de ação com o Governo do Mali que “deve orientar o apoio da Unesco com vista à reconstrução e proteção do património.”

A cidade de Timbuktu, recuperada na última segunda-feira com a intervenção de forças francesas, tem três mesquitas e 16 mausoléus inscritos na lista do Património Mundial da Unesco desde 1988. Em Julho do ano passado, 11 mausoléus foram destruídos, assim como os portões de Sidi Yahi.

Assistência

Durante a visita, Irina Bokova aborda com as autoridades malianas na capital, Bamako e em Timbuktu, o arranque de um programa de assistência. De acordo com a agência da ONU, o objetivo é “reconstruir o património cultural e salvaguardar o património documental.”

A representante referiu que, neste momento, é necessário “agir rapidamente para proteger e reconstruir o património cultural notável do país”, que considerou essencial para a unidade nacional e reconciliação.

Confiança

Bokova referiu que o património é uma fonte de força e confiança para o povo maliano, com vista a consolidar as bases da paz.

Aproximadamente 300 mil manuscritos estão em coleções públicas ou privadas na cidade de Timbuktu.  Grande parte destes é dos séculos 13 ou 16 e foram produzidos por grandes estudiosos do norte de África, Al-Andalus e países árabes.