Cruz Vermelha alerta para "desespero silencioso" na União Europeia
Junto ao Crescente Vermelho, organização destaca que milhões ainda estão sendo afetados pelo desemprego, aumento da pobreza e falta de abrigo; aumenta número de pessoas que buscam ajuda.
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.
A Federação Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho alertou nesta quarta-feira sobre o “desespero silencioso” que atinge milhões de europeus afetados pelo desemprego, aumento da pobreza, falta de abrigo e incertezas sobre o futuro.
De acordo com as últimas estatísticas da União Europeia, mais de 26 milhões estão desempregados nos países do grupo. A Cruz Vermelha e o Crescente Vermelho estão recebendo cada vez mais pedidos de ajuda.
Espanha e Grécia
Na Espanha, 1,2 milhão de pessoas diretamente afetadas pela crise econômica foram ajudadas no ano passado e 300 mil a mais terão acesso à assistência social da Cruz Vermelha neste ano.
Na Grécia, onde a taxa de desemprego está a 26%, a organização nota um aumento dos que precisam de ajuda financeira, comida e apoio psicológico.
A diretora para Europa da Federação Internacional da Cruz Vermelha, Anitta Underlin, destaca ser importante lembrar “que a crise não cria problemas apenas para os ‘novos pobres’, como pessoas da classe média que perderam o emprego, mas agrava a situação das pessoas vulneráveis”.
Jovens
Ela ressaltou que é preciso dar atenção para os pobres que estão em países onde não existe nenhum tipo de segurança social. Nos últimos cinco anos, a Cruz Vermelha e o Crescente Vermelho enfrentaram o dilema do aumento das necessidades e de verbas cada vez menores.
A diretora lembra as sérias consequências para os jovens que não conseguem arrumar emprego, incluindo perda da autoconfiança e da fé no futuro, tensão e xenofobia.
As organizações iniciaram uma pesquisa detalhada sobre o impacto social e humanitário da crise na Europa. O objetivo é descobrir o que mais pode ser feito e ajustar os programas de assistência.