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FAO alerta para risco global de novo surto de gripe aviária BR

FAO alerta para risco global de novo surto de gripe aviária

Agência da ONU destaca que fiscalização e controle de doenças animais precisam ser reforçadas em todo o mundo; vírus H5N1 ainda existe em países da Ásia e Oriente Médio.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York. 

O mundo corre o risco de repetir o surto “desastroso” de gripe aviária ocorrido em 2006, caso não reforce a fiscalização e o controle desta e de outras doenças animais perigosas.

O alerta é da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO. Segundo o chefe veterinário da agência, “com a desaceleração econômica, menos dinheiro está disponível para a prevenção do vírus H5N1 e outras ameaças de origem animal.”

Perdas

Juan Lubroth afirma estar preocupado, “apesar de todos saberem que a prevenir é melhor do que curar”. A FAO destaca a necessidade de uma vigilância rigorosa, já que o vírus H5N1 ainda existe em países da Ásia e do Oriente Médio, onde a doença tornou-se endêmica.

Sem controle adequado, a gripe aviária poderia facilmente se espalhar pelo mundo, como foi em 2006, quando 63 países foram afetados.

Entre 2003 e 2011, mais de 400 milhões de galinhas e patos morreram ou foram abatidos por causa da doença. Segundo a FAO, os danos econômicos foram estimados em US$ 20 bilhões ou R$ 40 bilhões.

Ovelhas e Cabras

A agência da ONU lembra que o vírus da gripe aviária pode ser transmitido para os humanos. Nos últimos anos, mais de 500 pessoas foram infectadas e mais de 300 morreram.

A FAO destaca que está provado que medidas apropriadas podem eliminar completamente o H5N1 do setor de aves domésticas e também proteger os humanos.

Outra ameaça crescente é a peste dos pequenos ruminantes, uma doença altamente contagiosa que afeta rebanhos de cabras e ovelhas. A peste está em expansão na África Subsaariana e já está afetando partes do sul do continente.

O especialista da FAO, Juan Lubroth, lamenta que a vacina contra a doença seja pouco utilizada. A agência recomenda o investimento em práticas de higiene, controle de fronteiras e maior segurança de saúde em fazendas e mercados.