Acnur preocupado com aumento de relatos de atrocidades no Mali
Agência defende que conflito alastra e surgem informações sobre graves violações dos direitos humanos; conflito já provocou cerca de 230 mil deslocados internos.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
O Alto Comissariado da ONU para Refugiados, Acnur, disse estar preocupado com relatos de atrocidades cometidas por rebeldes ligados ao Al-Qaeda no Mali.
Em conferência de imprensa, em Genebra, a agência apontou para a necessidade urgente de ajuda humanitária, num momento em que o conflito alastra e surgem mais informações sobre graves violações dos direitos humanos.
Medicamentos
A porta-voz do Acnur, Melissa Fleming, contou a jornalistas que os relatos são feitos por desalojados internos e refugiados.
A representante referiu que forças rebeldes esvaziaram medicamentos dos hospitais e que corpos estão espalhados por todo o lado. Segundo acrescentou, os relatos dão conta de feridos trazidos à cidade, que incluem vários combatentes estrangeiros.
Tropas Francesas
O Escritório da ONU de Assistência Humanitária, Ocha, defende que tropas francesas e malianas tomaram o controlo das cidades de Diabali, Konna e Douentza, no oeste e centro do país.
Por outro lado, o escritório confirma a chegada do primeiro efetivo da Força Integrada de Apoio ao Mali liderada pelos Africanos, Afisma, ao país da África Ocidental.
Rebeldes
Estima-se que 11 mil pessoas abandonaram as suas casas devido aos recentes combates entre o governo e rebeldes islamitas. Desde 10 de Janeiro, outros 4,4 mil malianos fugiram a países vizinhos, além dos cerca de 230 mil deslocados internos.
As agências falam do aumento das necessidades humanitárias, principalmente no norte e em áreas de combate. Por outro lado, parceiros humanitários reduzem as suas atividades devido à insegurança.
A ONU lançou, igualmente, um pedido com vista a garantiar acesso humanitário seguro para distribuição de assistência urgente em alimentação e proteção.