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Produção agrícola na Síria cai fortemente, afirma FAO BR

Produção agrícola na Síria cai fortemente, afirma FAO

Mais de 10 milhões vivem em áreas rurais e país enfrenta escassez de cereais, frutas e vegetais; chefe do Ocha diz que situação humanitária é “catastrófica”.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York. 

Após 22 meses de conflitos na Síria, o setor agrícola do país está sofrendo com a escassez de cerais, frutas e vegetais. A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, afirma que a produção desses alimentos caiu pela metade e houve destruição massiva da irrigação.

O diretor de emergências da FAO, Dominique Burgeon, participou de uma missão de especialistas da ONU que visitou a Síria até terça-feira.

Áreas Rurais

Segundo ele, a destruição de infraestruturas em todos os setores é enorme e ficou claro que quanto mais o conflito durar, mais tempo o país irá levar se recuperar.

A FAO destaca que mais de 10 milhões de sírios vivem em áreas rurais, ou 46% da população. Deste total, 80% tem como fonte de renda a agricultura. A missão concluiu que a produção de trigo e cevada caiu pela metade, enquanto a produção de vegetais em Homs foi 60% menor.

Os agricultores sofrem com a falta de sementes e fertilizantes e a destruição de fazendas afetou a produção de frango. A falta de ração e medicamentos veterinários também compromete o gado.

Situação Humanitária

Nesta quarta-feira, em Davos, na Suíça, a subsecretária-geral de Assistência Humanitária da ONU, divulgou uma nota à imprensa afirmando que a situação na Síria é “catastrófica e está piorando.”

Segundo Valerie Amos, 4 milhões de pessoas estão enfrentando forte violência e violações dos seus direitos humanos. A chefe do Escritório de Assistência Humanitária, Ocha, destacou ainda que o mundo continua vendo os “danos terríveis causados pelo uso de armas pesadas nos centros urbanos”.

Amos lembrou que os sírios vivem em constante medo de bombardeios ou violência sexual e falta comida, abrigo e serviços médicos de emergência.

A chefe do Ocha novamente apelou para mais recursos para ajudar os civis, lembrando que são necessários US$ 1,5 bilhão, nos próximos seis meses, para ajudar os afetados.