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ONU lança campanha global para reduzir desperdício de alimentos

Iniciativa da FAO, Pnuma e organizações parceiras afirma que consumidores, indústria e governos podem ajudar a reduzir o desperdício e a perda de alimentos que chegam a 1,3 bilhão de toneladas por ano.

Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.

A ONU lançou, esta terça-feira, uma campanha global para reduzir o desperdício de alimentos.

A iniciativa está sendo coordenada pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, pelo Programa da ONU para o Meio Ambiente, Pnuma, e parceiros.

Objetivo

Segundo a FAO, consumidores, indústria e governos podem ajudar a reduzir as perdas e os desperdícios de alimentos que chegam a 1,3 bilhão de toneladas por ano.

O alvo da campanha é o desperdício que ocorre entre os consumidores, restaurantes e lanchonetes e a indústria de hospitalidade, com os hotéis e todos os serviços interligados.

Lixo

O relatório da FAO mostrou que o lixo é o destino de cerca de um terço de todo o alimento produzido no mundo. O material é avaliado em US$ 1 trilhão, equivalente a R$ 2 trilhões.

O documento diz que a perda do alimento geralmente ocorre durante a produção e o processamento do produto. Já o desperdício acontece nas lanchonetes e restaurantes e entre os consumidores.

Saída

O diretor-geral da FAO, o brasileiro José Graziano da Silva, afirmou que essa tendência inaceitável pode ser revertida.

Ele explicou que nas regiões industrializadas, o desperdício, aproximadamente 300 milhões de toneladas, ocorre porque produtores, comércio e consumidores jogam fora comida que ainda poderia ser utilizada.

África

Graziano disse que esse desperdício é maior do que toda a produção de alimentos da África Subsaariana e seria suficiente para alimentar cerca de 870 milhões de pessoas famintas no mundo.

O chefe da FAO afirmou que se a campanha puder ajudar os produtores a reduzir as perdas e mudar a forma como as pessoas consomem os alimentos, será possível ter um mundo saudável e sem fome.

Ética

O diretor-executivo do Pnuma, Achim Steiner, disse que com a população mundial pronta para passar dos sete bilhões para nove bilhões de habitantes em 2050, o desperdício de alimentos não faz sentido economicamente, ambientalmente e eticamente.

Steiner afirmou que, para uma visão de um verdadeiro mundo sustentável, é necessária uma mudança na forma como se produz e se consome os recursos naturais.