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Condenados ataques contra ativistas de direitos humanos no Zimbabué

Condenados ataques contra ativistas de direitos humanos no Zimbabué

Escritório da ONU para Direitos Humanos aponta que atos ocorrem no ano em que se preveem eleições; citada detenção do líder da Associação dos Direitos Humanos, ZimRights

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

O Escritório da ONU para Direitos Humanos condenou ataques recentemente levados a cabo contra defensores dos direitos humanos no Zimbábue.

Em comunicado, publicado esta sexta-feira, o escritório aponta que os atos ocorrem no ano em que se preveem eleições no país africano. As violações incluem alegadas detenções arbitrárias, atos de intimidação e de assédio.

Preocupação

O porta-voz do escritório, Rupert Colville, disse haver “preocupação com a repressão contra organizações não-governamentais”. Os alvos seriam, igualmente, vozes dissidentes tidas como críticas ao governo do presidente Robert Mugabe e, aparentemente, contra processos políticos.

Como caso mais recente, o pronunciamento cita um episódio ocorrido a 14 de Janeiro.

Pressão

Um elemento da polícia zimbabueana teria feito pressão para que fossem feitas acusações contra o diretor da Associação zimbabueana dos Direitos Humanos, ZimRights, Okay Machisa. Ele também é responsável da coligação de organizações do ramo, que atuam no país.

Machisa foi acusado de publicar declarações falsas e prejudiciais ao Estado, fraude e falsificação, após ter estado envolvido num alegado  registo eleitoral ilegal.

De acordo com Colville, o acusado entregou-se à polícia a 14 de Janeiro, acompanhado do seu advogado e continua detido.

Fiança

Num incidente anterior, o gestor de Programas de Educação da ZimRights e outra  responsável da organização foram presos pela Polícia a 13 de dezembro de 2012. Ambos tiveram os pedidos de fiança rejeitados pelo Tribunal Supremo e permanecem detidos, afirma o escritório.

Na sua primeira visita ao Zimbabué, em 2012, a alta comissária dos Direitos Humanos, Navi Pillay, pediu ao presidente Mugabe que garanta que as eleições sejam livres, justas e realizadas num ambiente pacífico.