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Representante da ONU condena detenção de jornalista somali

Representante da ONU condena detenção de jornalista somali

Medida seguiu-se à prisão do profissional que entrevistou uma vítima de estupro; representante do Secretário-Geral para Violência em Conflitos apela ao Governo somali que liberte o jornalista.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

A prisão de um jornalista somali na sequência de uma entrevista a uma vítima de estupro, alegadamente envolvendo membros do exército, foi condenada pela representante do Secretário-Geral para Violência em Conflitos.

Zainab Bangura pediu que as alegações contra a mulher sejam “investigadas objetivamente pelas autoridades competentes.” A representante apelou que não haja detenção de vítimas ou de jornalistas que acompanham os temas.

Rádio

O caso teria ocorrido em Setembro e seguido pelo profissional, cujo nome não foi revelado. Ele trabalhava em vários órgãos, incluindo numa rádio local.

A detenção foi feta pela polícia na última quinta-feira, juntamente com o elemento que apresentou à fonte. Um colega do mesmo órgão foi sujeito a interrogatório.

Libertação

Bangura reafirmou a sua condenação à violência sexual, “em qualquer contexto”, tendo lançado um apelo ao Governo da Somália para a libertação do jornalista.

Para a representante, “intimidar repórteres ao invés de investigar os crimes de violência sexual diminui a credibilidade das instituições governamentais e dá liberdade aos criminosos.”

O escritório de Bangura refere que continua a acompanhar o caso de perto e defende que quando brilhar uma luz sobre o tipo de crime será possível quebrar o que considerou o “maior silêncio da história”.