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OIM liberta grupo de pescadores traficados para a Indonésia

OIM liberta grupo de pescadores traficados para a Indonésia

Grupo seguia com destino às Ilhas Aru, a oeste da Indonésia; agência refere que as vítimas trabalham até 20 horas diárias sob ameaças e atos de violência.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

A Organização Internacional para Migrações, OIM, anunciou a libertação de oito pescadores cambojanos que foram traficados para trabalhar em barcos de pesca na Indonésia.

Em comunicado, publicado esta terça-feira, em Genebra, a agência refere que a  ação marca o culminar de uma operação realizada em coordenação com as autoridades dos dois países.

Polícia

A OIM disse ter abordado a polícia indonésia, após ter sido contactada por uma ONG cambojana que teria dado conta da operação de tráfico.

De acordo com os relatos, o destino dos homens seriam as Ilhas Aru, parte arquipélago de Molucas, a oeste da Indonésia. No mês passado, a polícia recuperou o grupo numa operação de quatro dias ocorrida na região considerada “remota e desafiadora.”

Repatriamento

Atualmente, os homens aguardam repatriamento na Ilha de Jacarta, a  2,500 km das Molucas. A OIM acrescentou que coordena o retorno dos homens ao seu país com as autoridades cambojanas.

Na mesma ilha, outros 15 cambojanos foram localizados após terem sido contratados para trabalhar como pescadores em barcos de pesca de bandeira tailandesa com promessa de bons salários.

Abusos

A OIM diz estar preocupada com a exposição das vítimas ao abuso e à exploração, que inclui duras condições de trabalho.

Os 15 homens, de idade compreendida entre 19 a 57 anos, foram recrutados há três anos no Camboja para receber US$ 265.

A OIM refere que as vítimas trabalham até 20 horas diárias sob ameaças, violência física e congelamento de salários. Somente nos últimos dois anos, 100 cambojanos retornaram ao país após terem sido traficados.