Perspectiva da situação humanitária no Iêmen para 2013 continua precária
ONU destaca pobreza extrema, volatilidade do preço dos alimentos e aumento do custo de vida como desafios para o ano; necessários mais de US$ 700 milhões para projetos do Ocha.
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.
Segundo o Escritório da ONU para Assistência Humanitária, Ocha, o Iêmen está atravessando um momento de oportunidades, com a assinatura do programa de governo para estabilização e desenvolvimento, válido para o período 2012-2014.
O Ocha também destaca que, nos últimos meses, um grande número de deslocados internos estão retornando para Abyan. Mas apesar da maior estabilidade, a perspectiva para a situação humanitária este ano e nos próximos continua precária.
Água e Saneamento
A pobreza extrema, a volatilidade do preço dos alimentos e das commodities e o aumento no custo de vida deverão afetar milhões de iemenitas. A previsão do Ocha leva em conta ainda os conflitos locais e capacidade limitada de serviços sociais básicos.
De acordo com o escritório da ONU, metade dos 24 milhões de civis não têm acesso à água potável e saneamento, 10 milhões não têm comida suficiente e falta acesso a serviços de saúde para 6 milhões.
Mais de 400 mil pessoas continuam deslocadas internas no país, que enfrentou uma série de protestos na conhecida Primavera Árabe, há dois anos.
Crianças
O Ocha alerta para as prioridades do Plano de Resposta Humanitária 2013 para o Iêmen, que inclui prevenção e resposta às múltiplas violações dos direitos humanos e da lei humanitária.
Segundo o escritório, 174 crianças foram assassinadas ou mutiladas, no ano passado, incluindo vítimas de minas. Mais de 1 milhão de menores sofrem de desnutrição aguda e mais de 150 mil podem morrer se não receberem assistência imediata.
Fundo
O plano de resposta humanitária do Ocha deverá atingir um terço da população do Iêmen por meio de várias atividades de emergência. São necessários US$ 716 milhões, mais de R$ 1,4 bilhão, um aumento de 22% em relação ao valor pedido no ano passado.
O Ocha destaca que não pode haver uma transição política sustentável no Iêmen sem o total apoio ao plano humanitário, que deverá contribuir em grande medida para tornar o processo irreversível.