Estiagem agrava crise alimentar no Zimbabué
Cerca de 1,6 milhão de pessoas, a maioria nas áreas rurais, precisam de ajuda urgente para sobreviver; previsão de estoque de comida para 2013 é a pior em três anos.
Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova Iorque.*
A falta de chuvas no Zimbabué está a agravar a situação de cerca de 1,6 milhão de pessoas, que vivem, na maioria dos casos, em áreas rurais do país.
A estiagem e uma queda na produção agrícola são tidas como as maiores causas da crise alimentar.
Previsões
Integrantes do governo zimbabueano disseram que o número de vítimas da crise deve aumentar, caso o país continue a sofrer com a falta de chuvas.
Falando à Rádio ONU, de Nairobi, o porta-voz do Programa Mundial de Alimentação, PMA, para a África Ocidental e Austral, David Orr, disse que a previsão é a pior dos últimos três anos.
Assistência
O representante prevê que o primeiro trimestre deste ano seja difícil e cita estimativas dando conta da necessidade de assistência alimentar para um em cada cinco habitantes de zonas rurais.
O PMA indica que o acesso limitado a sementes e fertilizantes também atrapalha na solução da crise. Orr contou que a época é conhecida pela escassez de alimentos no Zimbabué, e que 40 distritos do país, a maioria no sul, foram afetados.
Pico da Fome
A colheita é feita em março. O PMA prevê que para o considerado período de pico da fome, cerca de 1,7 milhões devem enfrentar a insegurança alimentar, um aumento de 1,3 milhões em relação ao ano passado.
A agência e outros parceiros de ajuda planeiam intensificar as suas operações pelo facto de estarem previstas chuvas abaixo do normal para o sul durante toda a próxima temporada.
Insumos
Se as previsões forem concretizadas, a situação das regiões atingidas pela seca na última temporada podem agravar, alertou o PMA.
As províncias mais afetadas são as de Matabelelândia Norte, Sul e Masvingo. A situação deve-se à menor produção agrícola, com chuvas tardias, prolongados períodos de seca e ao difícil acesso aos insumos agrícolas que levaram à queda da produção de cereais em um terço.
Preços
Com a assistência do PMA às famílias pobres e vulneráveis, concedida entre outubro de 2012 e março de 2013, a agência espera aliviar a escassez de cereais áreas atingidas pela seca.
A agência espera, igualmente, uma escalada de preços alimentares na chamada “estação de fome.”
*Apresentação: Eleutério Guevane.