Aulas de história para conter tensões entre anfitriões e refugiados no Burkina Faso
Acnur destaca iniciativa, que aliada à construção de dezenas de salas de aula visa aproximar recém-chegados do Mali e acomunidade burquinabe de Sag-Nioniogo.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
O ensino de história para estudantes das comunidades de acolhimento de Burkina Faso e refugiados do Mali é tido como ferramenta para melhorar a compreensão mútua e reduzir tensões.
De acordo com o Alto Comissariado da ONU para Refugiados, Acnur, a medida faz parte de esforços coordenados com parceiros, para evitar problemas e garantir o bom relacionamento entre as duas partes.
Violência
O Acnur estima que mais de 38 mil malianos deixaram o seu país devido à seca, violência e normas islâmicas rígidas no norte. Desde Janeiro do ano passado a região foi assolada por conflitos entre as tropas do governo e os rebeldes Tuaregue.
O ensino da história dos dois países junta-se à construção de dezenas de salas de aula, que devem serem usadas tanto pelos recém-chegados do Mali como pela comunidade burquinabe de Sag-Nioniogo. A região acolhe cerca de 2,7 mil malianos.
Desafios
O Acnur aponta que entre os grandes desafios está a gestão da crescente
pressão sobre os recursos na região de acolhimento, que também é assolada pela seca e a escassez alimentar.
A chegada dos refugiados provocou várias reações em Sag-Nioniogo, onde
vários moradores tiveram de abrir mão das suas terras para a construção do acampamento de refugiados, refere o Acnur.
Área Sagrada
A montagem de tendas para abrigar malianos numa área considerada sagrada também causou uma reação negativa da população.
O Acnur revelou o estabelecimento de um posto de saúde no acampamento de Mentao, na província de Soum no noroeste. Mais da metade da população que busca atendimento integra a comunidade local.