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Ramos Horta inicia contactos após nomeação para representar ONU em Bissau

Ramos Horta inicia contactos após nomeação para representar ONU em Bissau

Em entrevista à Rádio ONU, recém-nomeado representante especial do Secretário-Geral para a Guiné-Bissau anuncia partida para capital guineense em Fevereiro.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

O representante especial do Secretário-Geral para a Guiné-Bissau, José Ramos Horta, inicia esta quarta-feira, em Nova Iorque,  encontros com a ONU e entidades internacionais, na sequência da sua nomeação no princípio do mês.

O ex-presidente de Timor-Leste, deve deslocar-se à capital guineense em Fevereiro, após o início oficial das suas atividades no próximo dia 31.

Impasse

Na sua qualidade de futuro chefe do Escritório Integrado para a Estabilização da Guiné-Bissau, Ramos Horta deve lidar com o impasse que se seguiu ao golpe de Estado de 12 de abril do ano passado.

Em entrevista exclusiva à Rádio ONU, de Lisboa, o representante falou das expectativas neste primeiro contacto com várias áreas das Nações Unidas até esta sexta-feira.

Roteiro

“Trabalharei com todos para tentarmos encontrar uma via por etapas para que possamos apoiar os irmãos da Guiné-Bissau para uma solução. Um roteiro será disponibilizado só depois de ter ouvido as diretivas que vêm do Secretário-Geral que vêm do Conselho e Segurança”, realçou.

A série de encontros inicia com um informe com o subsecretário-geral para Assuntos Políticos e envolve especialistas que acompanham o continente africano.  Ramos Horta realçou o fato de conhecer esses países desde a luta pela independência do Timor-Leste, e a facilidade de falar a mesma língua.

Luta Diplomática

“Indo à Guiné-Bissau estou em casa. Vou para um país em relação ao qual Timor-Leste tem uma dívida de gratidão, assim como outros países como a Cplp e os Palop (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa), que em particular estiveram na dianteira do apoio à nossa luta diplomática”

A União Africana foi identificada pelo representante como entidade mais proeminente na busca de uma solução para a questão guineense.

Ramos Horta também considerou vital o debate que deve ter com a Comunidade dos Estados da África Ocidental, Cedeao, a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, Cplp, e a Comissão de Consolidação de Paz da ONU ainda em Nova Iorque.