ONU lamenta decisão do Barein de manter sentenças contra ativistas
Os 20 militantes políticos foram condenados entre cinco anos de cadeia e prisão perpétua; Ban Ki-moon reitera importância do diálogo nacional na promoção da paz.
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.
O Secretário-Geral da ONU “lamenta profundamente” a decisão da corte do Barein em manter as sentenças, incluindo prisão perpétua, contra 20 ativistas políticos do país. A decisão da corte foi firmada na segunda-feira.
Segundo seu porta-voz, Ban Ki-moon reitera a crença de que a única maneira de promover paz, estabilidade e justiça no Barein é por meio de um diálogo nacional que trate das aspirações legítimas do povo, com participação livre e sem medo de intimidações.
Manifestações
Em junho de 2011, o rei do Barein estabeleceu uma comissão de inquérito para investigar incidentes ocorridos durante manifestações no país do Golfo. Os protestos anti-governo haviam começado em fevereiro daquele ano.
Segundo relatos da mídia, os 20 ativistas foram condenados por um tribunal militar especial por tentar derrubar o governo. Eles pegaram entre cinco anos de cadeia até prisão perpétua.
Apelação
Todos os 20 militantes já haviam perdido um apelo feito na corte civil em setembro do ano passado e nesta segunda-feira, foi decidido manter as sentenças. Apenas 13 condenados haviam apelado e os outros sete foram julgados à revelia.
Também nesta terça-feira, a alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, expressou desapontamento com a decisão da corte. A porta-voz de Navi Pillay disse haver a “preocupação de que eles tenham sido condenados por ações legítimas”.
Ativista
A alta comissária também está preocupada com a “extrema dureza” de algumas das sentenças, como a prisão perpétua.
Navi Pillay também condena a detenção arbitrária do vice-presidente do Centro para os Direitos Humanos do Barein Said Yousif Al-Muhafdhah. Ele foi preso em dezembro, durante protestos na capital, Manama, enquanto mandava mensagems via Twitter sobre ataques contra os manifestantes. O escritório de Pillay pede que ele seja solto imediatamente.