Unicef fala de recrutamento de crianças-soldado na República Centro-Africana
Sem citar números, agência indica alegado envolvimento de grupos rebeldes e milícias pró-governamentais; menores seriam forçados a lutar, carregar suprimentos ou abusados sexualmente.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
O Fundo da ONU para a Infância, Unicef, disse ter recebido “relatos credíveis” do aumento do recrutamento e envolvimento de crianças no conflito armado na República Cento Africana.
Em conferência de imprensa realizada esta sexta-feira, em Genebra, a agência referiu o alegado envolvimento de grupos rebeldes e milícias pró-governamentais.
Agravamento
Sem revelar números, o Unicef cita relatos indicando um aumento de crianças recrutadas com o agravamento do conflito que opõe o governo e a aliança Seleka, composta por três antigos grupos rebeldes.
A agência defende que antes da eclosão do conflito, em Dezembro, cerca de 2,5 mil rapazes e raparigas foram associados a vários grupos armados no país.
Impacto
O Unicef apelou a todos os grupos armados que cessem imediatamente o recrutamento de menores, e exortou às partes a protegê-los contra o impacto nocivo do fenómeno.
Vários menores de 18 anos seriam forçados a lutar, carregar suprimentos, realizar outras tarefas apoio, além de serem usados como escravos sexuais por grupos armados, indica a agência.
Coordenação
A porta-voz do Unicef anunciou que vai monitorizar, verificar e responder às graves violações dos direitos da criança, incluindo o recrutamento por grupos armados, em coordenação com parceiros.
O grupo de maior risco são crianças que perderam suas casas, foram separadas das famílias ou anteriormente associados com grupos armados, refere a agência das Nações Unidas.