Enviado da ONU e da Liga Árabe ao país receia o que chamou “somalização” do país do Médio Oriente; declarações no Cairo marcam o culminar de uma série de reuniões regionais e internacionais.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
A paz e a segurança mundiais estão ameaçadas se o problema da Síria não for resolvido em poucos meses, declarou o enviado conjunto da ONU e da Liga Árabe ao país.
Falando a jornalistas, Lakhdar Brahimi disse ver duas opções para a crise: a política, a ser aceite pelos sírios e a reunir as suas aspirações e direitos legítimos ou, por outro lado, a transformação do país no que chamou “inferno”.
Reuniões
O enviado prestou as declarações, neste domingo, no Cairo na sequência do encontro com o secretário-geral da liga Árabe, Nabil Al Araby.
Tratou-se do culminar de uma série de reuniões regionais e internacionais, como parte dos esforços em busca de uma solução política negociada para o fim do conflito no país do Médio Oriente.
“Somalização”
Brahimi disse que, ao contrário de uma Síria dividida em vários pequenos Estados como Jugoslávia, receia o que chamou “somalização” com senhores da guerra e o povo sírio perseguidos por pessoas que detêm o seu destino.
Antes da deslocação ao Cairo, o enviado escalou Moscovo, onde se encontrou com o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov. Na semana passada, Brahimi esteve na capital da Síria, Damasco, onde se reuniu com o presidente Bashar al-Assad.
Estima-se que pelo menos 25 mil pessoas, a maioria civis, foram mortas na Síria, na sequência dos protestos contra o presidente al-Assad no início de 2011.