Povo do Timor-Leste foi fundamental para sucesso da missão, diz ONU
Ex-chefe da Unmit, Ameerah Haq, afirmou que determinação dos timorenses para consolidar o novo país é uma das maiores lembranças que conserva de seu tempo na nação de língua portuguesa.
Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.
A Missão das Nações Unidas no Timor-Leste chega ao fim, 10 anos após a restauração da independência do país.
Uma cerimônia simbólica para o arriar da bandeira azul das Nações Unidas na sede da Unmit ocorre neste 31 de dezembro.
Participação
A ex-chefe da Unmit, Ameerah Haq, contou à Rádio ONU, que se lembrará sempre da participação ativa dos timorenses na consolidação do novo país.
A subsecretária-geral para o Departamento de Apoio no Terreno em Missões de Paz, Ameerah Haq, lembrou do que chamou “o tremendo compromisso nacional que os timorenses têm para assegurar que a luta deles não foi em vão.” Segundo ela, os timorenses querem se estabelecer na comunidade de nações e também na região do sudeste asiático.
Um outro fator importante durante os trabalhos da Unmit, segundo Ameera Haq, foi a forma solidária como os timorenses se relacionam.
Compromisso
Segundo ela, a maneira como eles conversam com qualquer um, seja o cidadão na rua, na comunidades, ou o presidente e o primeiro-ministro do país, todos se juntam para mutirões de limpeza de praias ou de canais nas ruas. Para a ex-chefe da Unmit, existe um compromisso real em todo o Timor para avançar com a nação.
Foto: Unmit Uma ex-colônia portuguesa, o Timor-Leste passou ao domínio da Indonésia em meados dos anos 70. Em 2002, o país, que tem o português como uma de suas línguas oficiais, viu sua independência restaurada após um referendo realizado com a ajuda das Nações Unidas.
Haq lembrou de seu tempo no Timor e de como os timorenses foram voltando à normalidade após um passado de lutas e insegurança.
Mercados
A subsecretária-geral contou que via as praias cheias de famílias timorenses passeando e tomando banho de mar. Ela disse que à noite, a cidade estava repleta de mercados locais, que foram se estabelecendo com a chegada de mais segurança nas ruas.
Uma outra preocupação da Missão no Timor-Leste foi fortalecer as instituições do país após anos de dominação indonésia.
Ameerah Haq disse que o Parlamento timorense floresceu assim como outras instituições fundamentais para a consolidação da nova democracia.
Sinergia
E ao ser perguntada como as Missões de Paz podem cooperar entre si para gerar mais sinergia e economia no orçamento da ONU, ela deu um exemplo do que ocorreu logo após chegar ao Timor-Leste, em 2010, numa outra Missão que também conta com uma forte presença de contingentes brasileiros.
Haq lembrou que logo após chegar ao Timor-Leste para chefiar a Unmit, ocorreu o terremoto do Haiti, em 12 de janeiro de 2010. Ela então autorizou o envio de 34 pessoas da Unmit para ajudar nos trabalhos de resgate no Haiti. Um outro exemplo foi o envio de contêineres da Unamid, a missão de paz em Darfur, para Abiey, a província localizada na fronteira com o Sudão do Sul.
Futuro de Paz
E mesmo sem estar no Timor-Leste neste 31 de dezembro para a cerimônia do arriar da bandeira, Ameera Haq já aposta num futuro de paz para todos os timorenses.
Ela disse que a bandeira será arriada e que pelos desejos dela, o povo timorense terá um futuro próspero, pacífico e brilhante.
Clique aqui para ouvir a entrevista na íntegra (em inglês).