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Antigo ministro condenado a 35 anos por participação no genocídio ruandês

Antigo ministro condenado a 35 anos por participação no genocídio ruandês

Augustin Ngirabatware era titular da pasta do plano na altura do massacre em 1994; massacre de 100 dias matou mais 800 mil tutsis e hutus moderados no país africano.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

Um antigo governante ruandês foi condenado a 35 anos de prisão por genocídio, incitamento ao genocídio e estupro como crime contra a humanidade no país.

A sentença contra Augustin Ngirabatware,  foi proferida esta quinta-feira, pelo Tribunal Penal Internacional para Ruanda, Tpir, sedeado na cidade tanzaniana de Arusha.

Mortes

Na altura do massacre, Ngirabatware era ministro do Plano no governo de maioria hutu. Em 100 dias, mais 800 mil tutsis e hutus moderados foram mortos em 1994.

O tribunal defende que o antigo ministro instigou e apoiou verbalmente ataques e assassinatos de tutsis no município de Nyamyumba, além de ter distribuído armas.

Armas

Parte do armamento foi usado pela organização paramilitar Interahamwe, que levou a cabo massacres contra tutsis, refere o órgão.

A decisão é considerada histórica e marco importante no desempenho do Tpir, apoiado pelas Nações Unidas. Ngirabatware foi detido na Alemanha em 2007, tendo sido transferido mais de um ano depois para ser julgado.

Violações

Criado pelo Conselho de Segurança, em Novembro de 1994, o órgão julga responsáveis por genocídios e graves violações do Direito Internacional Humanitário em Ruanda.

O Tpir refere que nos últimos 18 anos, 93 pessoas foram julgadas por genocídio, crimes de guerra e contra a humanidade.