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Abutres asiáticos recuperam após “declínio catastrófico”, diz Banco Mundial

Abutres asiáticos recuperam após “declínio catastrófico”, diz Banco Mundial

Morte foi causada pelo uso de um anti-inflamatório veterinário; caso foi o primeiro conhecido do impacto ecológico negativo de um fármaco em área vasta e ameaçando três espécies de extinção.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

O Banco Mundial anunciou a recuperação “lenta” de espécies de abutres asiáticos, após terem entrado no que foi chamado “declínio catastrófico”.

A crise afetou a Índia, o Bangladesh, o Nepal e o Paquistão nos finais da década 1990. O caso foi o primeiro conhecido sobre o impacto ecológico negativo de um fármaco numa área vasta a ameaçar extinguir três espécies.

Investigações

Na altura, investigações apontaram que o agente da morte era  o medicamento anti-inflamatório veterinário diclofenac.

O remédio era administrado ao gado bovino, para reduzir a dor articular devido ao envelhecimento dos animais. Com a morte do gado, e a droga ainda nos seus sistemas, grande parte dos abutres que ingeriu a sua carne morreu devido à insuficiência renal.

Os registos apontam para três espécies afetadas, com perdas entre 97% e 99% das suas populações. O facto colocou os abutres no grupo das aves mais ameaçadas do mundo.

Parceria

A instituição apoia o Fundo de Parceria para Ecossistemas Críticos, que promove a criação de populações selvagens de abutres asiáticos nas margens do Rio Moyar, na Índia . Mais de 36 mil voluntários estão envolvidos na iniciativa.

O Banco Mundial alerta, entretanto que apesar de os governos de todo o sul da Ásia terem proibido o uso do diclofenac em 2006, os proprietários de animais usam ilegalmente a versão humana do fármaco para os animais.

O ceticismo aumenta pelo facto de, apesar de a recuperação ter começado, a versão humana da droga ter consequências mais graves para os abutres.