Brasil deverá diminuir mais da metade dos casos de malária até 2015
Estimativa da Organização Mundial da Saúde está em novo relatório sobre a doença, lançado nesta segunda-feira; apesar de progressos, são apontadas falhas no tratamento.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova York.
O Relatório Mundial da Malária 2012, lançado nesta segunda-feira pela Organização Mundial da Saúde, OMS, aponta para a estabilização do financiamento para prevenção e controle da doença.
O documento alerta que a distribuição de medicamentos para salvar os afetados pela malária foi mais branda nos últimos anos. Segundo a OMS, os sinais de desaceleração ameaçam reverter os ganhos recentes contra uma das doenças infecciosas mais letais do mundo.
Mosquitos
O Brasil é citado no relatório como um dos 23 países onde ocorreram falhas no tratamento da malária, devido ao uso da substância cloroquina em vários hospitais. Mas a OMS estima progressos no país até 2015, como destacou à Rádio ONU, de Genebra, a médica da agência, Regina Ungerer.
“O Brasil diminuiu entre 50% e 75% os casos de malária, a transmissão da malária, são excelentes progressos. Sendo uma doença transmitida por um mosquito, você tem que continuar a prevenção, o tratamento, durante muito, muito tempo. Estão colocando na natureza mosquitos machos estéreis. Eles copulam, mas a fêmea não engravida e o mosquito dura muito pouco. Então com isso, iriam diminuir os casos de transmissão da doença e de novos mosquitos que chegassem.”
Nações Lusófonas
A OMS também cita avanços em outros países de língua portuguesa, como Angola, Moçambique e São Tome e Princípe, que diminuiu em 75% a incidência de malária entre 2000 e 2011.
A agência ressalta ser possível prevenir a malária, como por exemplo, com o uso de mosquiteiros e pulverização de inseticidas. A OMS estima que em 2010, cerca de 660 mil pessoas morreram por conta da doença, a maioria crianças menores de cinco anos de idade.