Renúncia do primeiro-ministro do Mali preocupa Ban Ki-moon
Secretário-Geral renovou pedido pelo fim da interferência militar na política; Conselho de Segurança diz estar disposto a considerar medidas apropriadas contra envolvidos na queda do governo de Cheick Modibo Diarra.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova York.*
O Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, está preocupado com as circunstâncias que levaram à renúncia do primeiro-ministro do Mali, Cheick Modibo Diarra.
Em comunicado, Ban renovou pedido pelo fim da interferência militar na política e apelou aos líderes malineses que resolvam qualquer problema por meios pacíficos.
Conselho de Segurança
A declaração de Ban foi feita depois da reação do Conselho de Segurança, lida pelo embaixador do Marrocos, Mohammmed Loulichki, que assume a presidência rotativa do órgão em Dezembro.
Os 15 países-membros condenaram a prisão do primeiro-ministro do Mali, nesta segunda-feira, por membros das Forças Armadas. A ação levou à renúncia do primeiro-ministro e a demissão do governo.
De acordo com a ONU, o país enfrenta uma emergência humanitária devido à insegurança e conflitos. A situação é considerada mais grave no norte, controlado por grupos rebeldes.
Medidas
O Conselho expressa disposição em considerar medidas apropriadas, incluindo sanções específicas contra os que impeçam a restauração da ordem constitucional ou minem a estabilidade do país da África Ocidental.
Para Ban Ki-moon, os últimos acontecimentos reforçam a importância de esforços a nível nacional e internacional para lidar com as crises políticas em Bamaco.
Governo
Ban pediu ao presidente interino, Dioncounda Traore, que inicie rapidamente consultas para a nomeação de um primeiro-ministro de consenso e a formação de um governo amplo.
O Secretário-Geral ressalta a urgência de se avançar com o diálogo nacional para definir um roteiro para a transição, que inclua a realização de eleições e a restauração da ordem constitucional e da integridade territorial.
* Apresentação: Edgard Júnior