Angola: Relatório cita contributo para abordar desequilíbrios no emprego
O documento “Tendências Globais de Emprego para as Mulheres 2012”, lançado esta terça-feira, destaca que as mais altas taxas de desemprego ocorrem nas mulheres.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
Angola foi citada num novo relatório por prever a não-discriminação baseada no género na atual constituição. Para a Organização Internacional do Trabalho, OIT, a lei contribui para ajudar a abordar desequilíbrios de género no emprego.
De acordo com as “Tendências Globais de Emprego para as Mulheres 2012”, lançado esta terça-feira, em Genebra, em todo o mundo as mais altas taxas de desemprego ocorrem nas mulheres.
Em 2012, metade das mulheres foi identificada em empregos vulneráveis como trabalhos domésticos ou por conta própria, ao contrário de 48% de homens. A OIT refere que a situação não deverá melhorar nos próximos anos.
Vulnerabilidade
O documento analisa as disparidades de género no mercado de trabalho, o desemprego, a participação feminina na força de trabalho, a vulnerabilidade e a segregação em empregos e setores económicos.
O Brasil é o outro país de língua portuguesa citado no documento, que realça o facto de o país estar entre sete nações onde o diálogo social foi usado em prol da igualdade de género.
Resultados Expressivos
O país é elogiado por ter implementado instituições tripartidas para criar leis de promoção da igualdade. Entretanto, a OIT observa que a participação feminina nos órgãos de diálogo social poderia ter levado a resultados mais expressivos.
O papel da mulher no “Bolsa Família”, um programa de alívio da pobreza que cobriu mais de 11 milhões de domicílios foi igualmente referido. As mães receberam o diretamente transferências monetárias que “ajudaram a melhorar o bem-estar doméstico.”
Por outro lado, segundo o relatório, a iniciativa teria continuado a apoiar a convencional divisão entre trabalho pago e não-remunerado e reforçado estereótipos de género.
Homens
O documento aborda o foco dado a setores dominados por homens, incluindo sistemas de esgotos, estradas, hospitais, energia e mineração. No país, o Banco Nacional de Desenvolvimento Económico e Social aumentou empréstimos para a maior empresa de petróleo no Brasil, Petrobras, que “emprega maioritariamente homens.”
De acordo com a OIT, antes da crise, as diferenças nos índices de desemprego e de emprego na população seguiam rumo à convergência a nível global. O fenómeno veio a reverter a tendência nas regiões mais atingidas.