OIT diz que trabalhador brasileiro ganha um quinto do americano
Organização Mundial do Trabalho informou que salários globais aumentaram 1,2% ano passado em comparação aos 2,1% de 2010.
Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.
Relatório Mundial sobre Salários divulgado, esta sexta-feira, pela Organização Internacional do Trabalho, mostrou que no Brasil, um trabalhador ganha, praticamente, 20% do salário de um trabalhador americano.
Do países lusófonos, o relatório cita ainda Portugal pelo alto desemprego no país e Moçambique, que tem mais de 60% dos trabalhadores vivendo na pobreza.
Resultado
A expansão dos salários no mundo em 2011 foi a menor dos últimos 5 anos, aponta o estudo.
O crescimento global em 2011 foi de 1,2%, menos do que os 2,1% de 2010 e muito menor, em comparação, à alta de 3% registrada em 2007.
Emergentes
O relatório da OIT mostrou que a expansão dos salários foi maior no mundo em desenvolvimento. Na América Latina e no Caribe, o crescimento foi de 2,2% e no leste europeu e na Ásia, 5,2%. Nas nações desenvolvidas, houve uma retração de 0,5%.
Apesar do avanço nos países em desenvolvimento, o estudo mostra que os ganhos nessas regiões são menores do que os dos trabalhadores das principais economias.
Salário
O vice-diretor da OIT para as Nações Unidas, Vinícius Pinheiro, falou à Rádio Onu, de Nova York, sobre a política de salário mínimo.
“O que o relatório mostra, e isso é a boa notícia do relatório, é que algumas políticas como, por exemplo, de fixação de crescimento real do salário mínimo, que foram empreendidas por países como o Brasil, por exemplo, têm mostrado efeito. Essas políticas têm permitido que o salário acompanhe os níveis de produtividade e acompanhe os níveis de crescimento do PIB. Se por um lado há essa má notícia do impacto pela crise, a boa notícia é que há forma de se defender, e uma das formas é justamente o crescimento do salário mínimo.”
Pobreza
O diretor-geral da OIT, Guy Ryder, afirmou que a crise económica teve um forte impacto sobre os salários, e consequentemente, sobre os trabalhadores.
A organização quer que os países-membros adotem políticas de salário mínimo como forma de reduzir a pobreza.
Ryder disse que o salário mínimo ajuda a proteger os trabalhadores mais necessitados e evita a perda do poder aquisitivo. Segundo ele, essa perda acaba atingindo a demanda e desacelera a recuperação econômica.