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Alta comissária para Direitos Humanos alarmada pela violência no Egito BR

Alta comissária para Direitos Humanos alarmada pela violência no Egito

Navi Pillay alerta para “grandes problemas” no texto da Constituição do país, que será submetido a um referendo no dia 15.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York. 

O aumento das tensões e protestos relacionados ao esboço da Constituição do Egito é motivo de alarme para alta comissária para os Direitos Humanos da ONU. Nesta sexta-feira, Navi Pillay chamou a atenção para “grandes problemas” do texto, que será submetido a referendo no próximo dia 15.

Segundo agências de notícias, líderes da oposição teriam rejeitado o pedido de diálogo feito pelo presidente Mohammed Mursi. Na quarta-feira, duas pessoas morreram durante protestos.

Pillay diz que há sérias preocupações sobre o processo, e o escritório dela está analisando de forma cuidadosa o conteúdo da Constituição. Em Genebra, o porta-voz da alta comissária, Rupert Colville, citou a falta de participação inclusiva no Egito.

Omissões 

Segundo Colville, Pillay pensa que “essa é a última coisa que o Egito precisa durante um difícil período de transição”. A alta comissária nota que o texto da Constituição garante alguns direitos humanos e tem elementos positivos, como limitar o mandato do presidente a quatro anos, com chance de uma reeleição.

Mas Navi Pillay diz que “há muitas omissões e ambiguidades, e preocupa a falta de qualquer referência a tratados internacionais de direitos humanos já ratificados pelo Egito.

Religião e Imprensa

Pillay nota ainda que o documento não proíbe, de maneira explícita, a discriminação por gênero, sexo, religião ou origem. Sobre liberdade de fé, o texto só menciona três religiões mototeístas, o que segundo Pillay, afetaria outros grupos religiosos e minorias. A alta comissária também destaca que a censura à imprensa está proibida, exceto em situações de guerra ou quando as forças armadas forem mobilizadas.

Navi Pillay pede medidas urgentes para restaurar a confiança no processo de criação da nova Constituição egípcia.