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FAO quer aumentar investimentos para combater fome e pobreza

Em lançamento do relatório sobre o Estado Mundial da Agricultura e da Alimentação, diretor-geral da agência diz que falta de verbas públicas é o maior impedimento para desenvolvimento agrícola. 

Rafael Belincanta, de Roma para a  Rádio ONU.

Os governos precisam investir mais na agricultura de seus países para promover mais desenvolvimento. A constatação é parte do relatório “Estado Mundial da Agricultura e da Alimentação”, divulgado nesta quinta-feira, em Roma.

O documento da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, sugere ainda as linhas de ação da agência para 2013.

Países Pobres

Em entrevista à Rádio ONU, o diretor-geral da FAO, José Graziano da Silva, afirmou que os incentivos são a melhor forma de se combater a fome e a pobreza.

“A falta de investimentos públicos na agricultura é hoje, talvez, o maior limitante para o desenvolvimento agrícola nos países pobres”.

O relatório traz sete mensagens centrais para que o tema ‘investir em agricultura para um futuro melhor’ seja colocado em prática.

A primeira afirma que investir em agricultura é uma das estratégias mais efetivas para reduzir a pobreza e a fome promovendo sustentabilidade.

Metas Sociais

Em seguida, explica que os próprios produtores são os maiores investidores em agricultura  e que são peça-chave para qualquer futuro investimento no setor, contudo não poderão investir adequadamente se o poder público não promover um clima favorável para o investimento em agricultura.

Para a FAO, esse clima favorável é indispensável para os investimentos em agricultura, entrentanto, não é suficiente para permitir que pequenos produtores possam investir nem para assegurar que os grandes produtores atinjam as desejadas metas sociais.

Novos Canais

Por fim, o relatório sugere que governos e doadores precisam abrir novos canais diante da escassez de recursos públicos para garantir os bens públicos essenciais com alta economia e retornos sociais.

A divulgação do documento, considerado um dos mais importantes da agência, mostra ainda uma mudança tênue nas perspectivas de atuação da FAO para o próximo ano para incrementar os investimentos na agricultura, com explicou Graziano da Silva.

“Apenas os fazendeiros investem na agricultura. Especialmente nos países pobres, os governos investem muito pouco. Essa é a razão de não termos infraestrutura, bens públicos – como saúde e educação – nas áreas rurais.  Não temos armazens, depósitos. A falta de investimentos públicos na agricultura é hoje, talvez, o maior limitante para o desenvolvimento agrícola nos países pobres”, argumentou Graziano.

Foram divulgadas ainda nesta quinta-feira as perspectivas da colheita da FAO. As estimativas de para 2012 confirmam uma restrição na produção de trigo e de milho enquanto a produção de arroz continua a ser positiva.