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Africanos querem reforço do multilateralismo em Doha

Africanos querem reforço do multilateralismo em Doha

Na COP 18, chefe do Grupo Africano aponta o que chama existência de brechas que limitam uso de mercado de carbonos; em entrevista à Rádio ONU, Cabo Verde fala de ambiente de “apreensão”.

Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova Iorque.*

O Grupo dos Países Africanos que participam da Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas informou ter uma agenda de quatro pontos, para apresentar aos delegados da COP 18, em Doha, no Catar.

Os representantes do continente defendem que o encontro pode terminar como um dos “menos produtivos desde 2009”, quando foi realizada a reunião em Copenhaga.

Multilateralismo

O porta-voz do Grupo de Negociadores Africanos, Seyni Nafo, disse que a COP 18 pode conseguir resultados concretos caso os delegados se atenham a temas que reforcem o multilateralismo.

A informação foi dada pela Comissão Económica das Nações Unidas para África, ECA.

Quioto

Falando à Rádio ONU, de Doha, antes da declaração do Grupo Africano, o embaixador de Cabo Verde junto às Nações Unidas, António Lima, falou dos obstáculos para se chegar a um consenso sobre o futuro do Protocolo de Quioto.

Países Insulares

“Os países mais vulneráveis como a África, os países insulares e menos avançados estão com apreensões e vontade de fazer o máximo para chegar a soluções positivas para nós todos. Aqui, em Doha, estamos a enfrentar o futuro do processo das mudanças climáticas e queremos que haja conclusões positivas em todos os grupos que discutem este processo.”

O líder dos negociadores africanos, Seyni Nafo, afirmou que para garantir a segunda fase de cumprimentos do Protocolo de Quioto, que controla os limites de emissões de dióxido de carbono na atmosfera, seria preciso alocar também o financiamento necessário.

Emissões

Nafo afirmou que os países desenvolvidos têm que reduzir os níveis de emissões de gases que causam o efeito estufa em pelo menos 40% entre o próximo ano e 2017, se comparado aos níveis de emissões na década de 90.

O chefe do Grupo Africano afirmou que ainda existem brechas, limitando o uso de mercado de carbonos, por exemplo, e mecanismos em 10% da quantidade de emissões.

Urgência

Nafo disse que o continente quer que todos os países contribuam com o Fundo para o Clima Verde acelerando assim as urgências das nações em desenvolvimento.

Ele encerrou referindo que a África já está sendo duramente afetada pela mudança climática de acordo com o Painel das Nações Unidas sobre o tema, Unfccc. E lembrou que o continente é o que menos contribui para o aquecimento global, e o pior equipado para encarar os efeitos do problema.