ONU admite Autoridade Palestina como Estado observador não-membro
A resolução passou com 138 votos a favor com Angola, Brasil e Guiné-Bissau entre os copatrocinadores.
Mónica Grayley, Eleutério Guevane e Edgard Jr., da Rádio ONU em Nova Iorque
A Autoridade Palestiniana foi aceite, esta quinta-feira, como Estado observador não-membro das Nações Unidas. A decisão foi aprovada por 138 votos a favor, 9 contra e 41 abstenções.
A resolução A/67/L28 teve copatrocinadores incluindo o Brasil, a Guiné-Bissau e Angola, cuja adesão foi anunciada durante a sessão. O presidente da Assembleia Geral, Vuk Jeremic, informou o resultado.
Applause
Jeremic disse que num mundo globalizado a história vai julgar o dia da votação pelo seu grande significado. Um apelo foi lançado aos palestimianos e israelitas para que trabalhem em prol de uma paz negociada em boa fé.
O Secretário-Geral da ONU disse que acreditar que não há substituto de negociaçoes dadas pela votação.
Ele disse acreditar na legitimidade dos palestinianos em deter o seu próprio Estado. Ban apelou às partes que renovem o compromisso de paz .
Antes da votação, o presidente palestiniano, Mahmoud Abbas, disse que os territórios palestinos estavam perante a Assembleia Geral da ONU, porque acreditavam na paz.
Abbas lembrou que há 65 anos a Assembleia Geral adotou a resolução 181, que dividiu o que ele chamou de “a histórica terra palestina em dois Estados e se transformou na certidão de nascimento de Israel.”
No fim do discurso, Abbas disse que a Assembleia Geral estava a ser chamada para emitir a certidão de nascimento do Estado da Palestina.
Já o embaixador de Israel junto à ONU disse que a resolução ignora a segurança e os interesses nacionais do seu país.
Para Ron Prosor, o único caminho para se chegar à paz é através de acordos alcançados entre as partes e não por resoluções da ONU, que segundo ele, só contemplam um lado e ignoram a questão da segurança israelelita.
Reagindo à votação, a embaixadora dos Estados Unidos, Susan Rice, disse que seu país se opôs à resolução por acreditar que a medida é uma ação unilateral e que não deve levar à criação de dois Estados, como requer o processo de paz para o Oriente Médio.