ONU preocupada com decreto presidencial no Egito
Decisão de Mohammed Mursi outorga poderes adicionais ao presidente; agências noticiosas dizem que ocorrem manifestações que culminaram com o incêndio de escritórios da Irmandade Muçulmana, partido do presidente.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
O Escritório da ONU para os Direitos Humanos manifestou preocupação com um decreto publicado, esta quinta-feira, pelo presidente egípcio, Mohammed Mursi, que lhe outorga poderes adicionais. A declaração foi feita a jornalistas, esta sexta-feira, em Genebra.
Em resposta a jornalistas, o porta-voz do Escritório, Rupert Colville, afirmou ser provável que a medida tenha aumentado as tensões no país do norte de África.
Manifestações
Agências noticiosas citam a média local, referindo que o Egito é palco de manifestações que culminaram com o incêndio de escritórios da Irmandade Muçulmana, partido de Mursi, em várias cidades.
As informações das agências indicam que os protestos são contra a decisão de conceder novos poderes presidenciais que, entre outros, determina que as decisões deste não podem ser revogadas por qualquer autoridade incluindo o poder judicial.
Hostilidades
Em todo o Egito ocorrem comícios realizados por apoiantes e opositores do presidente Mursi.
A decisão surgiu após o presidente egípcio ter mediado o acordo para por fim às hostilidades entre o movimento islâmico Hamas que controla a Faixa de Gaza e as tropas de Israel em vigor desde a quarta-feira.