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OMS alerta para riscos de automedicação com antibióticos na Europa BR

OMS alerta para riscos de automedicação com antibióticos na Europa

Agência da ONU diz que as drogas matam bactérias e não o vírus; superuso cria resistência aos medicamentos; pesquisa sugere que dois de cada três países do leste europeu vendem antibióticos sem receita.

Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.

O Escritório Regional da Organização Mundial da Saúde, OMS, na Europa, lançou um alerta sobre os riscos causados pelo automedicação com antibióticos no continente.

Em sua página na internet, a OMS alerta para a prática que segundo a agência está levando bactérias a se tornarem mais resistentes a medicamentos.

Influenza

De acordo com a agência da ONU, as drogas matam as bactérias, mas não o vírus. Os especialistas explicam que nove de cada 10 casos de infecção na garganta são causados por vírus, assim como 10 em cada 10 notificações de influenza.

Os médicos da OMS lembraram que antibióticos só podem ser consumidos sob receita médica. A diretora-regional da OMS, Zsuzsanna Jakab, disse que para continuar obtendo os efeitos de antibióticos, a população precisa entender como os mesmos funcionam.

Segundo ela, o tema é importante para aqueles que fazem as políticas e estratégias, como também para os cientistas que realizam pesquisas, os laboratórios que produzem e distribuem a droga, e finalmente para médicos e pacientes.

Leste Europeu

A conscientização sobre os riscos de abuso no consumo de antibióticos está aumentando em todo o mundo, mas ainda permanece baixa em países, onde o controle é baixo, e onde as drogas podem ser compradas sem receita médica, como por exemplo em dois de cada três países do leste europeu.

Uma pesquisa da OMS sugere que mais da metade de todos os remédios, incluindo antibióticos, são receitados e vendidos erradamente. E metade dos pacientes toma os medicamentos de forma equivocada.

O problema tem efeitos negativos para a saúde do paciente e para a economia, uma vez que infecções que são resistentes a antibióticos são até 100 vezes mais caras para tratar.