Perspectiva Global Reportagens Humanas

Parlamentares do Timor-Leste usam várias línguas para debater em Díli BR

Parlamentares do Timor-Leste usam várias línguas para debater em Díli

Em entrevista à Rádio ONU, primeiro-ministro Xanana Gusmão contou que quando estão em discussões informais, políticos timorenses usam “todos os idiomas que conhecem” numa demonstração real de multlinguismo.

Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.

O Timor-Leste está contando com a ajuda prática do multilinguismo na hora de realizar suas discussões informais no Parlamento do país.

A informação foi dada à Rádio ONU pelo primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão. Segundo ele, apesar de uma lei que prevê que as discussões sejam feitas em língua portuguesa, o debate entre os parlamentares ocorre em “todas as línguas que conhecem”.

Expressões

Xanana Gusmão falou à Rádio ONU durante uma viagem ao Haiti, para participar da reunião do Grupo 7+, composto dos países menos desenvolvidos do mundo.

“Quando chegamos lá falamos e discutimos os problemas, e usamos todas as línguas que nós sabemos. Usamos expressões de bahasa, usamos o tétum, metemos inglês. Vai levar tempo... Não vamos falar em termos de pequenas parcelas que podem já. Na Universidade Nacional, temos professores brasileiros e portugueses.”

População

De acordo com o primeiro-ministro do Timor-Leste, um dos desafios para a disseminação do português, no país lusófono do sudeste da Ásia, é a parte da população que não aprendeu o idioma durante os anos da ocupação indonésia, que terminou no fim da década de 90.

Segundo Gusmão, o país ainda tem um caminho a perseguir no aprendizado do idioma que é uma das línguas oficiais do Timor.

“Adultos, claro, sabem o “bom dia”, o “boa tarde”, o “obrigado”, mas qualquer projeto que contempla toda a população deve ser a médio e longo prazos.”

Numa outra entrevista, esta semana, o embaixador de Portugal nas Nações Unidas, José Filipe Moraes Cabral, afirmou que seu país continuará apoiando o Timor no ensino da língua portuguesa e em outras cooperações consolidadas durante a missão de paz da ONU, Unmit.

A Missão será encerrada neste 31 de dezembro após 10 anos da restauração da independência timorense.