Investigação relata execução de centenas na RD Congo
Relatório responsabiliza o grupo Raia Mutomboki pela maioria das mortes; estudo fala de um vazio de segurança causado pelo combates contra o grupo armado M23.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
Uma investigação da ONU indica que pelo menos 264 civis, incluindo 83 crianças, foram executados, este ano, no leste da República Democrática do Congo, RD Congo.
Em nota, publicada esta quarta-feira, em Genebra, o Escritório da ONU de Direitos Humanos refere que a ação foi levada a cabo por grupos armados que atuam na região no período compreendido entre Abril e Setembro.
Responsabilidade
Os investigadores constataram que o grupo Raia Mutomboki teria a responsabilidade pela maioria das mortes, perpetradas “com violência extrema.” O escritório refere que a maioria das vítimas conseguiu fugir dos ataques, incluindo crianças e idosos.
Falando a jornalistas, a porta-voz do Escritório de Direitos Humanos, Cecile Pouilly, referiu que pelo menos 12 mulheres foram violentadas.
Catanas
Segundo indicou, várias pessoas foram agredidas até a morte com catanas e outras queimadas vivas. Ele referiu ter ocorrido um deslocamento em massa, saques em grande escala e a destruição de propriedades.
Reagindo ao documento, a alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, pediu às autoridades congolesas que tomem medidas imediatas para proteger as populações civis. Navi Pillay pediu o combate à contínua impunidade que “encoraja os assassinatos.”
Vazio de Segurança
O relatório indica ter havido um vazio de segurança causado pela deserção de elementos do exército que vieram a criar o grupo armado M23, em abril deste ano. A ação levou a um esforço do exército para conter a nova rebelião.
A Missão da ONU na República Democrática do Congo, Monusco, refere ter apoiado o exército congolês na implantação de unidades para as áreas, bem como iniciativas de promoção do diálogo interétnico com vista à reconciliação.