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OMS: 80% dos casos de diabetes ocorrem em nações em desenvolvimento BR

OMS: 80% dos casos de diabetes ocorrem em nações em desenvolvimento

No Dia Mundial da Diabetes, agência alerta para incidência de 350 mil pessoas com a condição, que pode agravar problemas renais; tabaco e álcool aumentam fatores de risco.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.

 A Organização Mundial da Saúde, OMS, estima que 350 mil pessoas no mundo tem diabetes e 80% estão nos países em desenvolvimento. Nesta quarta-feira, Dia Mundial da Diabetes, a agência ressalta que a condição agrava outros problemas de saúde, como deficiências renais.

O uso de álcool, de tabaco e uma vida sedentária aumentam os fatores de risco em diabéticos. A OMS prevê que as mortes relacionadas a doença podem aumentar em dois terços até o ano de 2030.

Hábitos 

O garçom Tiago da Silva, de 35 anos, descobriu que tem diabetes há dois anos. De Nova York, ele contou à Rádio ONU que os cuidados são diários e os custos, muito altos.

“A diabetes muda tudo, muda tudo na vida da gente. Eu, por exemplo, adorava comer doce, massa, pão e infelizmente tem que parar de comer, tem que mudar os hábitos alimentares completamente. Hoje em dia, eu faço caminhada, 30 minutos todos os dias. Tomo insulina três vezes ao dia. Quando eu compro, compro suplementos para 90 dias. Então de três em três meses, eu gasto entre US$ 1,3 mil e US$ 1,4 mil.”

A OMS define a diabetes como uma doença crônica que ocorre quando o pâncreas não produz insulina suficiente, o que leva a um aumento nos níveis de açúcar no sangue.

Em mensagem sobre o Dia Mundial da Diabetes, o Secretário-Geral da ONU ressaltou que “atividades físicas e dietas são métodos eficazes de prevenção e devem ser promovidos pelos governos”.

Diagnóstico

Ban Ki-moon destacou que os “cuidados primários de saúde devem ser reforçados para que a diabetes possa ser diagnosticada e tratada em fase inicial”. Ban defendeu ainda que as companhias de saúde “desenvolvam medicamentos de baixo custo” e também aparelhos para checar o nível de açúcar no sangue.

No ano passado, a Assembleia Geral reconheceu a diabetes e outras doenças não-transmissíveis como desafios para a saúde global.