Assembleia Geral pede a EUA que suspenda embargo a Cuba
Resolução recebeu 188 votos a favor, dois a mais que no ano passado; ao discursar, embaixadora do Brasil disse que medida é anacrônica.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova York.*
A Assembleia Geral da ONU emitiu uma resolução, nesta terça-feira, pedindo o fim do embargo americano a Cuba. A medida, imposta em 1962, prevê sanções comerciais, financeiras e econômicas à ilha caribenha.
A resolução pelo fim do embargo foi aprovada por 188 votos a favor, três contra e duas abstenções, no hall da Assembleia. O tema está sendo discutido na Casa há 21 anos consecutivos.
Brasil e Cabo Verde
A embaixadora do Brasil junto à ONU, Maria Luiza Ribeiro Viotti, afirmou que o embargo é um “exemplo de políticas obsoletas que não têm lugar na atualidade.”
Falando em espanhol, a embaixadora brasileira disse que ao adotar a resolução para suspender o embargo americano a Cuba, a Assembleia Geral estava dando uma demonstração de solidariedade.
Um outro embaixador lusófono, o representante de Cabo Verde, António Lima, disse que o fim do embargo é uma questão de dignidade dos cubanos.
Nelson Mandela
Ao discursar, em inglês, o embaixador cabo-verdiano citou Nelson Mandela para dizer que a “liberdade não é meramente tirar as correntes de alguém, mas sim viver de uma forma que respeite e aumente a liberdade dos outros."
O ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez Parrilla, disse que não há motivo legítimo ou moral para manter uma medida que disse estar “enraizada na Guerra Fria.” O embargo foi decretado durante o governo do presidente John Kennedy.
O ministro cubano disse que seu país quer normalizar as relações com os Estados Unidos, e propôs uma “agenda para o diálogo bilateral sobre uma base de reciprocidade e igualdade soberanas.”