Aiea diz que Irã não está cooperando sobre detalhes de programa nuclear BR

Aiea diz que Irã não está cooperando sobre detalhes de programa nuclear

Em discurso à Assembleia Geral, chefe da Aiea afirmou que apesar de intensificação de diálogo, ainda não há resultados concretos; Yukiya Amano também ressaltou Coreia do Norte e Síria como preocupações.

Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.

A Agência Internacional de Energia Atômica, Aiea, voltou a apelar ao Irã para aderir a um acordo de cooperação sobre o programa nuclear do país.

A declaração foi feita pelo diretor-geral da agência, Yukiya Amano. Ele estava sendo esperado, nesta segunda-feira, em Nova York, para um encontro na Assembleia Geral. Mas Amano teve a viagem cancelada por causa do furacão Sandy.

Atividades Pacíficas

No discurso, que foi depositado na Assembleia Geral para a leitura, Amano afirmou que o Irã não está cooperando com detalhes sobre as atividades atômicas do país, e por isso mesmo, a Aiea não tem como concluir se o material nuclear iraniano está sendo usado para atividades pacíficas.

Vários representantes da comunidade internacional afirmam que o Irã pode estar usando o seu programa nuclear com fins militares, mas o governo de Teerã diz que as atividades são inteiramente pacíficas e para geração de energia.

De acordo com a Aiea, em novembro de 2011, a agência recebeu o que Amano chamou de “informações críveis” indicando que o Irã teria desenvolvido ações importantes para a construção de um “dispositivo nuclear explosivo.”

Resultados Concretos

Na época, o próprio diretor-geral da agência pediu ao país para esclarecer o caso.

Amano afirmou que a Aiea está comprometida em intensificar o diálogo com o Irã, mas segundo ele, o que foi feito até agora, neste sentido, não levou a “resultados concretos.”

O diretor-geral da agência da ONU mencionou ainda a Coreia do Norte e a Síria como causas de preocupação sobre atividades atômicas.

Síria

No caso norte-coreano, a Aiea destacou o enriquecimento de urânio e a construção de um reator leve, como sinais “profundamente perturbadores”.

Já sobre a Síria, o diretor-geral lembrou a destruição de um prédio em Dair Alzour, em 2011, que poderia estar sendo usado como um reator nuclear, mas que não havia sido declarado à agência.

Yukiya Amano voltou a pedir à Síria que responda a todas as questões pendentes relacionadas à instalação de Dair Alzour e outros locais.

O diretor-geral da agência afirmou ainda que, em todo o mundo, a energia atômica, está hoje mais segura após medidas e regulações que foram implementadas desde o acidente nuclear de Fukushima Daichi, no Japão, em 2011.