Refugiados no Brasil, sírios se esforçam para aprender português
Com apoio do Acnur, civis que fugiram dos conflitos recomeçam a vida no país e aprendem o idioma local; eles também recebem auxílio social e jurídico.
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.*
Há um ano, o empresário Tarik Masarani decidiu sair da sua cidade natal, Homs, na Síria, acompanhado da família. Segundo ele, a situação no país estava insustentável por causa do conflito civil.
Por conta dos negócios no Brasil, a família escolheu a cidade de São Paulo como destino. Na sequência, também fugindo da violência, chegaram as irmãs e a mãe dele, que pediram refúgio no país.
Mercado
Nesta entrevista à Rádio ONU, da capital paulista, Tarik Masarani explica que o foco da família é aprender a falar português.
“Minhas sobrinhas estão recebendo aulas na Cáritas, aulas do idioma português. Está facilitando. O povo brasileiro é um povo muito carinhoso. Meus vizinhos também estão ensinando minha irmã e minhas sobrinhas a falar. Quando elas vão ao mercado, eles ajudam muito, nas filas, ajudando com o troco. Realmente os brasileiros são um povo muito carinhoso. Eu tiro o chapeu para esse povo.”
O Alto Comissariado da ONU para Refugiados, Acnur, trabalha no Brasil em parceria com a Cáritas, oferecendo aulas de português para refugiados de qualquer nacionalidade.
Cultura
Para os sírios, as diferenças culturais e de idioma podem ser obstáculos, como explicou, de Brasília, o representante do Acnur, Andrés Ramirez.
“Aqui, no caso dos sírios, é mais complexo porque além de muitos deles ter uma língua diferente, uma religião diferente, tem uma cultura muito diferente que a grande maioria do povo brasileiro. Então é mais complexo. Para nós, é muito importante poder apoiar com as aulas de português para que elas possam se inserir no mercado de trabalho.”
Além das aulas de português, os refugiados recebem da Cáritas assistência jurídica e social e o apoio do Acnur para a nova vida no Brasil.
*Com reportagem do Acnur Brasil.
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