Unicef sensibiliza angolanos para vantagens do iodo na alimentação
O mineral é fundamental para o desenvolvimento cognitivo das crianças mas também evita várias doenças; apesar dos benefícios mais de 3 milhões de angolanos não consomem este nutriente.
João Rosário, da Rádio ONU em Lisboa.
O Fundo da ONU para a Infância, Unicef, em Angola, assinala este domingo o Dia Mundial das Doenças relacionadas com a Deficiência de Iodo com um apelo à sociedade angolana para usar de forma sistemática o sal iodado.
Mais de três milhões de angolanos, entre eles milhares de crianças estão em risco de contraírem doenças que se podem previnir, com o bócio, devido à carência de iodo. A falta deste nutriente na alimentação pode provocar também a redução da audição e da capacidade de assimilação.
Consequências
De acordo com o Representante do Unicef em Angola, Koenraad Vanormelingen, “a deficiência de iodo influencia negativamente o desenvolvimento socioeconómico do país, tendo um impacto na redução da produtividade e no crescimento económico. O iodo é um micronutriente muito importante para o desenvolvimento do ser humano, pois assegura a formação do sistema nervoso”.
Vários estudos apontam que a deficiência de iodo pode ter consequências nefastas no crescimento mental e desenvolvimento das crianças, diminuindo o Coeficiente de Inteligência (QI) em até 10 pontos.
Angola é um dos 13 países que não cumprem com o processo de iodização do sal. Mas apesar do consumo do sal iodado ser inferior a 50%, uma pesquisa revela que Angola tem vindo a registar um aumento do consumo, que passou de 34 para 44,7%, entre 2001 e 2007.
A iodização do sal é um processo pouco dispendioso e de grande retorno. Em cada dólar de investimento na prevenção das perturbações causadas por deficiência de iodo, o retorno é de de US$ 28 que são poupados em possíveis gastos com tratamentos.