Acnur precisa de US$ 5 milhões para refugiados somalis na Etiópia
Segundo maior complexo do mundo recebe milhares de somalis; Acnur lança apelo para aumentar a capacidade de acolhimento do local.
João Rosário, da Rádio ONU em Lisboa.
O Alto Comissariado da ONU para Refugiados, Acnur, disse que a lotação do complexo de refugiados de Dollo Ado, na Etiópia, ultrapassou as 170 mil pessoas e lança um apelo para aumentar a infraestrutura.
O local dá abrigo a milhares de cidadãos da Somália que fugiram dos combates no seu país e é o segundo maior centro de refugiados do mundo, ultrapassado apenas pelo campo de Dadaab, no Quénia.
Novo Campo
O Governo Etíope autorizou a abertura de um novo campo neste complexo, que passou a ter seis áreas de acolhimento. O valor da nova estrutura é de mais de US$ 5 milhões.
O Acnur está à procura do apoio dos doadores, incluindo das organizações não-governamentais parceiras que vão trabalhar no campo.
Na fase inicial vai ser necessário US$ 1,5 milhão para preparar o local do novo campo de refugiados
Este ano, o Acnur recebeu US$ 44 milhões para a gestão do complexo cujos custos são de mais US$ 112 milhões.
Acolhimento
Por causa da violência, entre Janeiro e o fim de Setembro, 62 mil somalis refugiaram-se nos países vizinhos. Mais de 25 mil fugiram para a Etiópia, que é o maior receptor de refugiados somalis da região.
Em comparação, o Iémen registou 15 mil entradas de somalis pouco mais que o Quénia 13 mil. Uganda e Djibuti também receberam milhares de pessoas no mesmo período.
O número total de somalis refugiados ascende a mais de um milhão. Metade está no Quénia.
A Etiópia dá também refúgio a 91 sudaneses, a quase 61 mil eritreus e a mais 4 mil refugiados de outras nacionalidades.
A Somália representa uma das piores e mais longas crises de refugiados. Um terço dos 7,5 milhões de somalis vive desalojado. São refugiados ou são deslocados internos.