Pillay diz que situação humanitária difícil em África vai durar anos
São várias as preocupações no continente da comissária dos Direitos Humanos no início do segundo mandato; ela destaca a o norte de África, a África do Sul e a limitação do poder judicial nos países da África austral.
João Rosário, da Rádio ONU em Lisboa.
A comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay, disse que o norte de África e o Médio Oriente vão continuar a representar grandes desafios humanitários no futuro.
Num discurso em que fez o balanço dos quatro anos do seu primeiro mandato e projectou os objectivos para o segundo mandato, Pillay referiu-se aos vários sucessos da ONU na defesa dos direitos humanos em todo o mundo, mas também referiu várias situações em curso que merecem a preocupação de todos.
África
No que respeita à situação no continente africano, Pillay destacou duas situações. Disse que ficou “chocada” com a morte de 34 mineiros que estavam num protesto na mina de platina de Marikana, na África do Sul. Considera que “é essencial que o governo da África do Sul se concentre nas causas da instabilidade social nesta e noutras minas do país, incluindo nas disparidades sociais e económicas”.
A outra preocupação de Navy Pillay é a decisão da Comunidade para o Desenvolvimento dos Países da África Austral, Sadec, de restringir o mandato do tribunal da Sadec, o que pode contribuir para deixar incompletos processos relacionados com os direitos humanos.
No seu discurso, a comissária da ONU para os Direitos Humanos referiu ainda os constrangimentos financeiros que limitam a acção humanitária. Pillay disse que os financiamentos voluntários para o sistema de direitos humanos da ONU estão a diminuir em vez de aumentarem” e que se prepara para cortar 12% no orçamento do próximo ano.