ONU aponta “mudanças” em relação a abusos no Mali
Após uma visita ao país, secretário-geral adjunto para os Direitos Humanos aponta graves restrições de direitos civis e políticos devido à imposição e uma interpretação estrita da lei islâmica.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
O secretário-geral adjunto da ONU para os Direitos Humanos, disse que os abusos perpetrados no norte do Mali tiveram uma “mudança significativa do caráter, da prevalência e da natureza em relação ao início do conflito.”
Falando à imprensa, no fim da sua visita ao país da África Ocidental, Ivan Simonovic, disse haver “graves restrições dos direitos civis e políticos”, como resultado da imposição de uma interpretação estrita da lei islâmica.
Castigos
Os atos incluem “castigos cruéis, sistemáticos e desumanos” como execuções, mutilações e apedrejamentos, perpetrados desde que o controlo da região pelos grupos Ansar Dine, Mujao e Aqmi.
No início do conflito, em Janeiro, rebeldes tuaregues do Movimento Nacional para a Libertação l'Azawad, Mnla, tomaram o controlo no norte do Mali. A ofensiva culminou com o golpe de Estado que derrubou o presidente Amadou Toumani Touré.
Em Abril, o grupo anunciou a cessação unilateral das operações militares em resposta ao pedido do Conselho de Segurança da ONU para deter ataques na região.