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Pobreza na Namíbia tem cara feminina, diz relatora da ONU BR

Pobreza na Namíbia tem cara feminina, diz relatora da ONU

Em visita ao país do sudoeste africano, Margarida Sepúlveda disse que benefícios econômicos não chegaram à população mesmo 20 anos após a independência; segundo ela, mulheres são mais afetadas pelo desemprego e pelo HIV/Aids que homens.

Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.

A relatora das Nações Unidas sobre Pobreza Extrema e Direitos Humanos afirmou que a Namíbia continua sendo marcada por desigualdades 20 anos após a independência.

Margarida Sepúlveda fez a declaração durante o encerramento de sua primeira visita ao país, nesta segunda-feira. Segundo ela, a pobreza namibiana tem uma “cara feminina”.

Colonização

De acordo com a relatora, as mulheres continuam sem acesso à terra, economicamente marginalizadas e mais afetadas pelo desemprego e pelo HIV/Aids, que homens. As namibianas também são vítimas da violência de gênero e de altos índices de mortalidade materna.

Sepúlveda contou que os níveis de desigualdade de gênero, raça e classes entre outros são inaceitáveis. Em comunicado, ela afirmou que embora compreenda o que chamou de “legado prejudicial da colonização”, o progresso ainda não está ocorrendo da forma necessária.

Recursos Naturais

A relatora lembrou que o país, do sudoeste da África, é rico em recursos naturais e tem um Produto Interno Bruto, que o coloca na lista de nações de renda média.

Mas de acordo com Sepúlveda, o crescimento econômico não está beneficiando os pobres, e a Namíbia figura entre um dos países mais desiguais do mundo.

Para resolver os desafios que tem, Margarida Sepúlveda recomenda à Namíbia investir em capacitação institucional e promover o processo de descentralização do país.

A relatora viajou a várias cidades e regiões do país africano, onde se reuniu com representantes do governo e da sociedade civil.

O relatório da visita à Namíbia deve ser entregue ao Conselho de Direitos Humanos da ONU em junho de 2013.