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Jovens portugueses e espanhois mudam-se para AL à procura de empregos BR

Jovens portugueses e espanhois mudam-se para AL à procura de empregos

Estudo da Organização Internacional para Migrações sugere que maioria tem qualificações acadêmicas nas áreas de engenharia civil e ciências sociais; Brasil, Argentina, Venezuela e México são os destinos preferidos.

Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.

A crise econômica na Europa, especialmente em Portugal e Espanha, está causando uma onda migratória para a América Latina.

A informação faz parte de um estudo da Organização Internacional para Migrações, OIM, apresentado nesta sexta-feira.

Dupla Nacionalidade

A maior parte dos migrantes é formada de homens portugueses e espanhois solteiros e com boas qualificações acadêmicas. O objetivo é melhorar as chances na carreira, geralmente na área de ciências sociais ou engenharia civil.

De acordo com a pesquisa, entre 2008 e 2009, no auge da recessão global, mais de 107 mil europeus, incluindo cidadãos com dupla nacionalidade, fizeram às malas rumo aos países latino-americanos. Os destinos escolhidos pela maioria foram Brasil, Argentina, Venezuela e México. A maioria dos europeus era da Espanha e da Alemanha.

Oportunidades Novas

Antes da divulgação do novo estudo, a diretora de programas de reintegração e retorno voluntários da OIM, Ana Fonseca, contou à Rádio ONU, de Quito, que a situação econômica do Brasil seria um dos motivos para a volta de brasileiros que vivem na Europa.

“Claro que o Brasil é, neste momento, é considerado um país que está a mudar também economicamente, e que está a apresentar grande nível de oportunidades para diferentes tipos de formação profissional. Acredito que haja muitos imigrantes que prefiram voltar para o Brasil e ter uma oportunidade nova. Princilpamente, os imigrantes que estão desempregados nos países de destino, como por exemplo, na Europa.”

Mas mesmo com a crise, 4,2 milhões de latino-americanos continuam vivendo na Europa, 3 milhões a mais que o número de europeus que residem, atualmente, nos países latino-americanos.

Em 2010, o número de remessas enviadas por migrantes à casa da Europa para a América Latina foi de US$ 7,2 bilhões, o equivalente a mais de R$ 14 bilhões. Já o montante de remessas de europeus para a casa, ultrapassou US$ 4,6 bilhões.