Perspectiva Global Reportagens Humanas

Crise econômica e regras migratórias fazem latino-americanos voltar à casa BR

Crise econômica e regras migratórias fazem latino-americanos voltar à casa

Tema está sendo debatido em conferência em Quito, capital do Equador; desde 2011, mais de 55 mil migrantes retornaram incluindo brasileiros, argentinos, chilenos entre outros.

Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.

A Organização Internacional para Migrações, OIM, informou que dezenas de milhares de latino-americanos estão voltando para casa voluntariamente.

Desde 2011, mais de 55 mil pessoas decidiram deixar as nações que os abrigavam na Europa e nos Estados Unidos para retornar ao seu país de origem.

Políticas

O tema está sendo analisado numa conferência, que termina nesta quarta-feira, em Quito, capital do Equador. Participam do debate acadêmicos da Europa e das Américas, autoridades, e especialistas da Organização Internacional para Migrações, OIM.

O encontro também discute as políticas de retorno do Brasil, do Equador, de El Salvador, México e Uruguai.

A especialista-sênior em migração da OIM, Ana Fonseca, disse que os migrantes e a dinâmica de crescimento do país precisam ser compreendidos pelos Estados e pela sociedade civil. Nesta entrevista à Rádio ONU, de Quito, Ana Fonseca falou sobre os migrantes brasileiros.

“Os imigrantes brasileiros e outros imigrantes que estão nesses países pensam, naturalmente, em voltar para o seu país e ter uma oportunidade nova. Portanto, a OIM, com outras entidades governamentais e não-governamentais têm um programa de reintegração com a OIM para responder a essas necessidades.”

Segundo Ana Fonseca, um dos desafios na hora de voltar para casa, para quem tem filhos, é o ensino da língua portuguesa, que não ocorre de forma sistemática no exterior.

“A língua portuguesa, naturalmente, é um importante instrumento para se reintegrar ao país. Se os país ficam a fala o português, as crianças aprendem. Mas, naturalmente, vão entrar em escolas, no exterior, onde o português não é a língua oficial. Então, um dos desafios é a reintergração educacional das crianças.”

Parentes

Segundo a OIM, entre as razões mais frequentes para o retorno estão a crise econômica, o desemprego e a intensificação de regras migratórias.  Um outro motivo é a situação pessoal de parentes que ficaram nos países de origem.

A OIM informou que a maioria dos latino-americanos que retornam, voluntariamente, são da Bolívia, da Colômbia, do Equador, da Venezuela, da Argentina, do Brasil e do Chile entre outros.

O Programa Assistido de Retorno Voluntário da OIM começou no fim da década de 70 e já ajudou mais de 1,2 milhão de migrantes a voltarem à casa.

Somente entre 2005 e 2011, a OIM no México assistiu cerca de 8 mil migrantes na viagem de retorno. A maioria era composta de equatorianos, dominicanos, peruanos, colombianos e brasileiros.