Chefe da Aliança das Civilizações quer mais envolvimento das cidades
Para Jorge Sampaio, que deixa o cargo no fim deste ano, ações intercomunitárias podem ajudar na construção do diálogo e do entendimento entre povos e culturas diversas.
Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.
O alto representante da Aliança das Civilizações, Jorge Sampaio, afirmou que as cidades precisam ter um papel mais ativo na promoção do diálogo entre diferentes povos.
O ex-presidente de Portugal, que deve deixar a chefia da Aliança no fim deste ano, falou à Rádio ONU sobre os recentes protestos no norte da África e da falta de entendimento entre culturas diversas.
Batalha pela Paz
“É uma grande batalha, sem dúvida nenhuma. À medida que os povos praticam mais religiões, e que o espaço público está cheio de novas religiões de tipos diferentes, são novos problemas que surgiram, e que tem que ser administrados pelo Estado. Também pela comunidade local. A importância das cidades é decisiva sobre as políticas intercomunitárias que se podem desenvolver. Políticas regionais, internacionais. Coordenação das várias ações das Nações Unidas e as múltiplas atividades que existem e que às vezes são positivas, mas não se tira o proveito que se deveria tirar. Portanto, é uma batalha que não tem trégua, mas é uma batalha pela paz.”
A Aliança das Civilizações, que é gerida pelas Nações Unidas, foi criada pelos governos da Espanha e da Turquia numa tentativa de aproximar países e povos do Ocidente e do Oriente na promoção da paz.
Substituto
Desde a sua criação há cinco anos, o grupo estava sendo liderado pelo ex-presidente português, Jorge Sampaio. Na semana passada, o Secretário-Geral da ONU nomeou o substituto de Sampaio, que será o ex-embaixador do Catar Nassir Abdulaziz al-Nasser para o posto.
Segundo Jorge Sampaio, haverá um período de transição entre os dois líderes até fevereiro de 2013.