Perita aponta desafios para política habitacional em Angola e no Brasil
Em entrevista à Rádio ONU, relatora da ONU para o Direito à Moradia Adequada fala de desafios de qualidade; apontado risco de perdas de moradia devido a turbulências económicas em todo o mundo.
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova Iorque.*
A relatora da ONU para o Direito à Moradia Adequada recomendou uma política habitacional baseada no direito humano à moradia adequada em Angola e no Brasil.
Raquel Rolnik foi entrevistada pela Rádio ONU, de São Paulo, no âmbito do Dia Mundial de Habitação, assinalado neste 1º de Outubro.
Política
“O modelo angolano e o modelo brasileiro são muito semelhantes ao modelo chileno. As casas produzidas são segregadas, de má qualidade, geraram espaços urbanos degradados. Por isso a minha recomendação central, que é tomar o direito humano à moradia adequada como base para uma política habitacional. E aí vai se perceber, muito claramente, que habitação não é uma casa, quatro paredes que você compra no mercado e leva.”
Rolnik disse estar preocupada com a situação habitacional em várias partes do mundo. Um relatório sobre o tema deve ser apresentado na Assembleia Geral no fim deste mês.
Perdas
A relatora defende que a turbulência económica coloca vários habitantes em risco de perder as suas casas. Como exemplo, foram apontados os Estados Unidos e a Espanha, onde vários habitantes foram desalojados por falta de dinheiro para o pagamento das hipotecas.
A perita destacou ainda que os programas de ampliação de crédito para a habitação funcionam com o aumento da renda e dos salários da população.
*Apresentação: Eleutério Guevane.