Relatora da ONU pede moradias acessíveis no Dia Mundial da Habitação
Em comunicado, Raquel Rolnik diz que políticas habitacionais, atualmente, concentram-se em financiamento; segundo ela, modelo não beneficia os pobres.
Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.
As Nações Unidas marcam, neste 1º de outubro, o Dia Mundial da Habitação. Em comunicado, a relatora para o Direito à Moradia Adequada, Raquel Rolnik, chamou a atenção para a situação dos mais pobres.
O tema deste ano é “Mudando Cidades, Construindo Oportunidades”, numa tradução livre. Mas para a relatora, as políticas atuais de moradia são baseadas em sistemas de financiamento que excluem quem não pode pagar por uma propriedade.
Crédito
Em um comunicado, Raquel Rolnik voltou a afirmar que a concessão de crédito para a compra de um imóvel não pode ser baseada num modelo único.
Ela lembrou que a crise atual de moradia ocorre num momento em que milhões de propriedades vagas coincidem com altos índices de despejos por falta de pagamento e de pessoas vivendo nas ruas.
Para a relatora, as políticas atuais de concessão de crédito só beneficiam compradores de classe média, o que seria uma forma de “segregação social.”
As constatações de Raquel Rolnik, que examinou a situação do mercado imobiliário nos últimos quatro anos, farão parte de uma análise que será apresentada à Assembleia Geral da ONU, no fim deste mês.